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Quebrando o círculo vicioso

Updated: Jun 12, 2020


Muitos de nós temos certas características ou hábitos que são quase que automáticos e que nem paramos para pensar de onde vêm. Em alguns casos, são traços que não nos fazem lá muito bem, mas acabamos repetindo sem nos dar conta. É cômodo e confortável, e invariavelmente dizemos a nós mesmos que "esse é o meu jeito", "sei que não sou perfeitx", "fulaninhx também tem coisas que me irritam", "não tá bom, mas podia ser (ou já foi) pior", ou qualquer coisa do gênero. Apesar de todas essas afirmações serem verdade - sim, cada um tem o seu jeito, não, ninguém é perfeito, fulaninhxs variadxs vão nos irritar e sim, podia ser pior sem sombra de dúvida -, em muitos momentos acabamos nos apoiando nessas justificativas para continuar nos colocando nas mesmas posições ou situações que podiam ser um pouco diferentes, melhores. Falo isso na primeira pessoa do plural, mas obviamente eu sou a minha própria inspiração, até porque para mim é difícil falar sobre experiências que não entendo.

Toda vez que quebramos um círculo em nossas vidas, dói. Incomoda demais. O nosso cérebro vai procurando mil justificativas, às vezes até nos dando bronca, do tipo "porque você se preocupa tanto com isso", "isso não é nada demais, está perdendo tempo", ou então enquanto você vai engatinhando para uma mudança (sim, engatinhando, temos medo, muitas das vezes não sabemos como fazer diferente e vamos dando uns tropeços ao longo do caminho) e a cada errinho ou bola fora, lá vem o seu cérebro outra vez: "tá vendo? você não sabe fazer diferente! nunca teve problema quando fazia como antes, agora tá aí, todx arranhadx". Mas, ledo engano. Você já estava todx arranhadx antes, só que sabia quase que de olhos fechados onde ia arranhar, como seria a dor que iria sentir ("que já nem me incomoda mais, porque já acostumei com esta situação"), e o que você podia fazer para aliviá-la.

Então, minha gente, chegamos ao meu ponto: escolher entre sentir a mesma dor e correr o grande risco de passá-la adiante nos seus relacionamentos, escolhendo relacionamentos (inclusive profissionais) que irão ali no ponto certo, aquele ali, aquela coceira "gostosa" com a qual você já está acostumadx, ou se abrir um pouco e ousar sonhar mais alto, com uma vida mais tranquila e uma cérebro e coração mais leves, enfrentando dores desconhecidas. A grande diferença é que estas últimas são as dores de crescimento, necessárias para chegarmos mais longe e que viram uma cicatriz querida depois de alcançar o objetivo, enquanto que a primeira é aquela dor que nos prende ao passado, à inércia, que não permite a evolução.

Então, fica a minha pergunta: qual dor é mais interessante para você?


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